Vida em Verso e Prosa

Tenho escrito muitas coisas, algumas impublicáveis. Estas, são as mais interessantes.

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24 novembro 2006

blog do livro

Pessoal! Criei um blog do livro.

http://ocristodaperiferia.blogspot.com

Aguardo suas opiniões.

22 novembro 2006

Aí está a capa!!!

21 novembro 2006

Revolta


Eu sou a voz que vem das ruas (e ninguém ouve).
Não há quem lute por meu bem (e nunca houve).
Você aprontando das suas (não há quem prove).
Consciência você não tem (ou’então não ouve).

Sou o pobre que passa fome (que nunca come).
Minha vida não tem sossego (e você some).
Nem posso dizer que sou homem (sou lobisomem).
Você não me deu um emprego (e eu com fome).

Sou doente sem atendimento (medicamento).
Imagine'o meu desespero (que atrevimento)
N' hospital, tanto sofrimento (tanto lamento),
Você não mandou o dinheiro (do orçamento).

Sou a criança desnutrida (que quer comida),
Sem escola e sem sorriso (quase sem vida).
Esquecida, mal assistida (desiludida),
Sonhando com o paraíso (que atrevida).

Sou o caboclo que espera (se desespera),
Que tem tantas necessidades (tanta esperança).
Minha vida, tanta quimera (tanta miséria).
Não encontro boa-vontade (tanta sujeira).

Eu moro num acampamento (no acostamento),
Sem nenhum pingo de esperança (que sofrimento).
Quero ir para um assentamento (com saneamento),
Quero'escola para’as crianças (fim do tormento).

Quero semente pra plantar (eu quero comprar)
E cultivar dignidade (e poder pagar).
Quero ficar no meu lugar (não quero mudar),
E não ser mais um na cidade (aqui vou ficar).


Esse poema tem uma continuação que ainda não consegui ajeitar, mas que, pela expressividade e pelo peso de suas palavras, convém acompanhar. Aí vai:



Sou favelado que espera essa nova era, qualquer milagre que me tire logo daqui.
E você aí num gabinete bem bacana, cheio de grana,
Cheio de gente que lhe chama de doutor.
E sem pudor vai se esquecendo que fui eu que coloquei você aí pra me tirar daqui.
Para fazer deste um lugar melhor pra se viver, eu e você.
Mas parece que esse posto, que esse gosto de estar aí nesse lugar, fez você esquecer que eu lhe elegi.
Não entendi quando você desapareceu e esqueceu sua promessa.
Foi bom à beça, você veio à minha casa e pareceu ser meu amigo.
Fomos à rua e protestou junto comigo, dizendo: amigo, quero um mundo novo para viver.
E você foi se esquecer. Pegou meu voto e foi morar noutro lugar.
Pra me ajudar, pra melhorar, você prometeu.
E esqueceu até meu nome.
Parece que nem me viu passando fome, morando num casebre, palafita.
E você aí, numa casa tão bonita,
Vivendo com essa gente que acredita
que isso nunca vai mudar.
Pode esperar, pois um dia essa mamata vai acabar.
Um dia você vai ter que voltar e me encarar.
Pois um dia eu também terei que voltar a outro lugar.
E nesse dia eu espero que eu tenha aprendido, de tão sofrido,
Espero que eu não tenha esquecido, seu fingido.
Espero que eu não queira mais errar.
Pois eu vou tirar você desse lugar.
Espere, um dia eu vou saber votar.

20 novembro 2006

Ópera de Arame



19 novembro 2006



Marine fashion!

17 novembro 2006

Hoje vi a capa do livro.
Era só um esboço, mas estava muito legal.
Na semana que vem fica pronta para impressão.
Passei na Biblioteca Pública para ver o espaço onde acontecerá o lançamento.
Tudo está correndo bem. No dia 7 de dezembro estaremos lá.
Obrigado a você que me apoiou.

16 novembro 2006


"Não discuto com o destino
o que pintar eu assino"

Paulo Leminski


Eu nunca fui derrotado.
Perdendo, embora, Ganhei.
Mesmo quando derrubado,
eu venci. Porque lutei.

João Manuel Simões

10 novembro 2006

"Escrever é fácil:
você começa com uma letra maiúscula
e termina com um ponto final.
No meio você coloca idéias."
(Pablo Neruda)

09 novembro 2006

Hoje fomos à gráfica para falar sobre a capa do livro. Não pensei que fosse tão difícil ter idéias de bate-pronto.

Bem, cada um na sua especialidade. A Nárima deu idéias para a capa e eu vou cuidar dos textos.

Está tudo correndo bem. Mas dá um arrepio na espinha.

06 novembro 2006

Eu já conhecia a parte final deste poema. Hoje fui brindado pelo amigo Celso Machado com a íntegra.

SINTO VERGONHA DE MIM

Ruy Barbosa

Sinto vergonha de mim
por ter sido educador de parte desse povo,
por ter batalhado sempre pela justiça,
por compactuar com a honestidade,
por primar pela verdade
e por ver este povo já chamado varonil
enveredar pelo caminho da desonra.

Sinto vergonha de mim
por ter feito parte de uma era
que lutou pela democracia,
pela liberdade de ser
e ter que entregar aos meus filhos,
simples e abominavelmente,
a derrota das virtudes pelos vícios,
a ausência da sensatez
o julgamento da verdade,
a negligência com a família,
célula-mater da sociedade,
a demasiada preocupação
com o "eu" feliz a qualquer custo,
buscando a tal "felicidade"
em caminhos eivados de desrespeito
para com o seu próximo.

Tenho vergonha de mim
pela passividade em ouvir,
sem despejar meu verbo,
a tantas desculpas ditadas
pelo orgulho e vaidade,
a tanta falta de humildade
para reconhecer um erro cometido,
a tantos "floreios" para justificar
atos criminosos,
a tanta relutância
em esquecer a antiga posição
de sempre "contestar",
voltar atrás
e mudar o futuro.

Tenho vergonha de mim
pois faço parte de um povo
que não reconheço,
enveredando por caminhos
que não quero percorrer...

Tenho vergonha da minha impotência,
da minha falta de garra,
das minhas desilusões
e do meu cansaço.
Não tenho para onde ir
pois amo este meu chão,
vibro ao ouvir meu Hino
e jamais usei a minha Bandeira
para enxugar o meu suor
ou enrolar meu corpo
na pecaminosa manifestação de nacionalidade.

Ao lado da vergonha de mim,
tenho tanta pena de ti,
povo brasileiro!

De tanto ver triunfar as nulidades,
de tanto ver prosperar a desonra,
de tanto ver crescer a injustiça,
de tanto ver agigantarem-se os poderes
nas mãos dos maus,
o homem chega a desanimar da virtude,
a rir-se da honra,
a ter vergonha de ser honesto.

02 novembro 2006

Mais notícias boas!


Ontem fui convidado a fazer parte do Centro de Letras do Paraná.
Duas ótimas notícias numa só semana. É bom demais!